Segundo a portaria do Ministério da Saúde, nº 2616, de 12 de maio de 1998, é obrigatória a criação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) em todos os hospitais e que sejam realizadas práticas para o controle das infecções dentro de ambientes voltados à assistência à saúde.

De acordo com inúmeras pesquisas, a resistência a antibióticos é uma situação cada vez mais preocupante, visto que as infecções hospitalares matam mais de 45 mil brasileiros ao ano. Diante da situação, é fundamental o trabalho da CCIH em instituições de saúde.

Ainda que estudos, pesquisas e materiais contribuam para a instrução a respeito da necessidade e uso de EPIs (equipamentos de proteção individual), medidas de prevenção e controle de infecção dentro dos hospitais, muitos profissionais acabam negligenciando tais técnicas por diferentes motivos, colocando sua saúde e dos pacientes em risco.

Por esse motivo, é muito importante manter-se atualizado sobre o assunto. A seguir, conheça 7 boas práticas para controle de infecções hospitalares que devem estar entre as ações realizadas pela CCIH.

7 boas práticas da CCIH para controle de Infecções Hospitalares

De acordo com o Ministério da Saúde, a infecção hospitalar é toda infecção adquirida após admissão do paciente na instituição, manifestando-se durante seu período de internação ou mesmo após a alta, quando relacionada com a hospitalização.

CCIH é uma área essencial em todos os hospitais. A comissão é composta por profissionais da saúde de nível superior, e responsável pela elaboração, planejamento, execução e avaliação de práticas para controle de infecções hospitalares. Dessa forma, a CCIH é responsável por manter o ambiente hospitalar seguro e adequado para o paciente, profissional e familiares. A seguir, conheça 7 boas práticas para controle de infecções hospitalares.

1. Uso de equipamentos de proteção

Os maiores riscos existentes dentro de uma instituição hospitalar estão relacionados ao risco de contaminação. Afinal, o contato com vírus, bactérias, fungos e substâncias químicas deixa profissionais e também acompanhantes suscetíveis a doenças.

É parte da rotina dos profissionais de saúde a manipulação de fluidos corporais, substâncias químicas e contato direto com pacientes contaminados por doenças infecciosas. Dessa forma, ao ter contato com tais pessoas, os colaboradores devem utilizar EPIs desenvolvidos especialmente como métodos de barreira entre o profissional e agente infeccioso. Entre os EPIs que devem ser utilizados de acordo com orientações da CCIH, estão:

  • Luvas: usar o equipamento ao entrar em contato com os pacientes, durante procedimentos gerais e procedimentos cirúrgicos, realizando seu descarte logo em seguida;
  • Máscaras: as máscaras devem ser usadas quando em contato com pacientes, ao realizar procedimentos gerais e também procedimentos cirúrgicos e, assim como luvas, devem ser descartadas em seguida;
  • Aventais: o avental é a roupa adequada usada para proteger contra respingos e substâncias. Após seu uso, deve ser descartados ou higienizados;
  • Óculos de proteção: devem ser usados para proteger os olhos dos profissionais de excreções ou secreções durante os procedimentos, com a necessidade de serem higienizados logo após o uso;
  • Toucas: as toucas são indicadas para proteger o colaborador contra componentes contaminantes, além de evitar a queda de cabelos durante os procedimentos. Após o uso, devem ser descartadas.

O uso de EPI se tornou ainda mais importante diante da epidemia causada pela Covid-19. Isso porque, os equipamentos são fundamentais para criar barreiras de proteção contra o vírus, evitando que a doença se espalhe ainda mais.

2. Utilização de materiais descartáveis nos procedimentos

Outra boa prática que deve ser supervisionada pela CCIH é o uso de materiais descartáveis, responsáveis por evitar a propagação de bactérias e auxiliar na proteção dos profissionais. Entre os descartáveis mais usados em um hospital, estão:

Assim como todos os outros materiais dentro de uma instituição hospitalar, os equipamentos descartáveis devem ter seu destino adequado, evitando o descarte errado. Por isso, é fundamental informar e observar a separação dos materiais perfurocortantes, contaminantes e outros resíduos produzidos na instituição.

3. Realização da correta higienização das mãos

O profissional de saúde entra em contato com superfícies, produtos e locais públicos durante todo o período de trabalho. Considerando que o contato pode representar risco de contaminação, é necessário realizar a higienização das mãos repetidas vezes ao dia.

Afinal, ao lavar corretamente as mãos, o profissional reduz o risco de contaminação, diminuindo de forma drástica as infecções e doenças contagiosas. Em épocas em que a disseminação de vírus aumenta, como no inverno, a higienização é ainda mais importante. Portanto, a CCIH deve realizar periodicamente cursos para reciclagem em relação à lavagem das mãos.

O uso do álcool em gel também é uma forma de reduzir o número de microrganismos nas mãos. Contudo, deve ser utilizado como um aliado, visto que é responsável por diminuir o número de microorganismos, e não remove a sujidade. Por isso, o álcool deve ser usado somente após a lavagem correta das mãos.

4. Utilização de uniformes limpos

Outra importante prática para evitar infecções hospitalares é certificar-se que os profissionais estejam usando uniformes sempre limpos. É preciso orientar sobre o uso de jaleco fora do hospital, evitando que a vestimenta seja contaminada com diferentes patógenos que, posteriormente, serão levados para a instituição de saúde.

Além disso, os colaboradores devem evitar consumir alimentos com o jaleco, diminuindo assim o risco de contaminação durante a alimentação. O transporte da vestimenta também deve ser feito de maneira especial.

É preciso acondicionar o jaleco em um recipiente específico para seu transporte entre hospital e casa. Da mesma forma, sua lavagem deve ser realizada separadamente de outras peças, de maneira especial.

5. Esterilização de equipamentos antes do uso

Antes de serem utilizados, os materiais não descartáveis, como equipamentos cirúrgicos e aparelhos, devem ser esterilizados. Por isso, a CCIH deve orientar os profissionais sobre essa prática.

Antes de procedimentos e cirurgias, é importante que os equipamentos que serão usados sejam higienizados e verificados. Além disso, os hospitais devem contar com áreas específicas para a esterilização destes materiais, de modo a eliminar a presença de vírus, fungos ou bactérias. As etapas a serem seguidas, são:

  • Destino do material para o expurgo: área destinada à recepção de equipamentos sujos;
  • Preparo de materiais: identificação, inspeção, seleção e embalo para posterior esterilização;
  • Esterilização: limpeza dos equipamentos e materiais utilizando meios físicos ou químicos, respeitados os tempos e as classes de agressividade;
  • Distribuição dos materiais: após higienizados, os equipamentos são enviados para os setores hospitalares.

6. Desenvolvimento de medidas de higiene para o hospital

Todos os profissionais de saúde devem ser instruídos sobre as boas práticas de higiene e manutenção do ambiente hospitalar pela CCIH. Dessa forma, é importante que algumas medidas de higiene sejam estabelecidas, como rotinas de limpeza, informativos sobre o risco de infecção, e cuidados especiais do espaço.

Além do desenvolvimento e aplicação das medidas de higiene, a comissão também deve verificar se os profissionais estão cumprindo as instruções de forma correta. A organização de cursos periódicos é fundamental para que a importância das medidas e cuidados sejam sempre lembradas, melhorando o controle de infecções hospitalares.

7. Acompanhamento e avaliação das práticas para controle de infecções hospitalares

Além das medidas acima, a CCIH deve se certificar de que as práticas estão sendo realizadas.  Por isso, é importante acompanhar a adoção dos cuidados, avaliando se estão surtindo efeito no ambiente hospitalar.

Para isso, é possível utilizar softwares de gestão hospitalar. Essas ferramentas ajudam no armazenamento de dados. Desse modo, o responsável pode analisar cada área do hospital, tomando decisões de acordo com informações concretas.

Vimos que a infecção hospitalar é um dos principais problemas das instituições. Além disso, representa o aumento da permanência do paciente por longos períodos, bem como o agravamento de quadros. Dessa forma, contar com uma CCIH é fundamental para que boas práticas como as que você viu acima sejam implantadas e avaliadas.

Cuidados como uso de equipamentos de proteção, por exemplo, ajudam a evitar a contaminação hospitalar. Contudo, o gestor deve se certificar de adquirir materiais de qualidade junto a empresas especializadas. Afinal, de nada adianta a CCIH implantar cuidados se o profissional não puder contar com equipamentos adequados para garantir sua segurança e a do paciente.

Você gostou deste conteúdo? Então, confira também a importância da biossegurança no hospital e como aplicá-la!

COMPARTILHE: