O crescimento e saúde da criança no primeiro ano de vida deixa claro a importância do aleitamento materno. Essa prática é fundamental para a nutrição e desenvolvimento, envolvendo mais que o ato de nutrir.

O aleitamento promove a interação entre mãe e bebê, resultando em benefícios para o desenvolvimento cognitivo, emocional e também nutricional. Contudo, os mitos sobre a amamentação acabam atrapalhando tais vantagens. Por isso, desenvolvemos o artigo de hoje para que você possa entender a importância do aleitamento materno e conhecer os principais mitos. Confira!

Qual a importância do aleitamento materno na vida do bebê?

A importância do aleitamento materno já pode ser observada diante das recomendações relacionadas à exclusividade da prática, assegurando o desenvolvimento e qualidade de vida da criança.

O leite materno é o alimento ideal para o bebê recém-nascido, visto que é responsável por suprir todas as necessidades nutricionais até os seis meses, além de evitar problemas como a desnutrição e outros.

O colostro, primeiro leite produzido pela mãe, deve ser ofertado ao bebê logo após o nascimento. Isso porque, essa substância oferece proteção contra diversas infecções, devido ao acúmulo de nutrientes como proteínas, minerais e anticorpos.

Quais os benefícios do aleitamento materno?

O leite materno é um alimento completo para o recém-nascido, por isso, devemos enfatizar a importância do aleitamento materno na vida da criança. Entre os seus benefícios, podemos destacar a melhora no desenvolvimento mental, facilidade na digestão e a promoção e fortalecimento do vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. Além disso, outros benefícios apresentados pela amamentação envolvem:

  • Melhora na formação da boca e alinhamento dos dentes, desenvolvendo a cavidade bucal;
  • Proteção contra otites, alergias, vômitos, diarreias, pneumonias, bronquiolites e meningites;
  • Redução nas chances de diabetes na mãe;
  • Proteção contra cânceres de mama;
  • Menor risco de obesidade, hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia para a criança;
  • Se torna um contraceptivo natural para as mães;
  • Reduz risco de infecções na criança;
  • Reduz risco de morte súbita;
  • Diminui custos financeiros.

Subtipos de aleitamento materno

De acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) o aleitamento materno é dividido nos subtipos AME (Aleitamento materno exclusivo), AMP (Aleitamento materno predominante), Aleitamento materno complementado e Aleitamento materno misto.

Aleitamento materno exclusivo (AME)

Esse subtipo de aleitamento está relacionado à oferta de apenas leite materno à criança, seja por sucção direta da mama ou por ordenha manual, sem que aconteça a adição de outros líquidos ou sólidos na nutrição do bebê.

Aleitamento materno predominante (AMP)

O aleitamento predominante significa que outros líquidos são oferecidos para a criança, como água, sucos ou outras bebidas. No entanto, sem deixar de lado o aleitamento materno, visto que esse deve ser feito de forma predominante sobre as outras bebidas.

Aleitamento materno complementado

O aleitamento materno complementado é classificado como a oferta de leite materno para a criança, independentemente de outros alimentos que também podem ser consumidos, complementando a alimentação, contudo, sem substituir o leite.

Aleitamento materno misto ou parcial

Por fim, o último subtipo do aleitamento materno envolve somente a oferta de leite para a criança. Entretanto, é chamado de misto ou parcial pelo consumo ser focado no leite materno e outros tipos, como de vaca e cabra.

Desafios na manutenção do aleitamento materno

Além de conhecer a importância do aleitamento materno, é fundamental entender os desafios na manutenção dessa prática. Afinal, podem ser muitos os obstáculos que atingem mãe e bebê.

Ingurgitamento mamário

O ingurgitamento mamário é causado em grande parte pelo leite que fica parado na glândula. Popularmente é conhecido como “peito empedrado’’. Essa situação pode ser tratada com a realização de compressas mornas no seio. Além disso, para evitá-lo, é importante que a mulher ordenhe o leite e o bebê seja amamentado até esvaziar a mama.

Traumas nas mamas

Os traumas nas mamas podem ser causados como consequência da pega incorreta. Problemas como fissuras e bolhas mamilares podem ocorrer, gerando grande dor para a mãe. Estes traumas podem ser tratados com hidratantes à base de lanolina e a aplicação do próprio leite materno no local, além de banho de sol na mama. Tais medidas favorecem a queratinização no local lesionado, contribuindo para sua cicatrização.

Monilíase mamária

Conhecida como candidíase mamária, a monilíase causa prurido, dores profundas em forma de fisgadas e queimação nas mamas. Seu tratamento deve ser realizado com antifúngicos prescritos pelo especialista, como Miconazol e Fluconazol.

Mastite

A mastite é uma Infecção aguda da mama, que tem como principal agente etiológico o Staphylococcus aureaus. Quando está presente, deve-se dar preferência à amamentação com a mama sadia, tomando cuidado para ordenhar a mama com mastite, de forma a evitar o ingurgitamento. Além disso, o uso de sutiãs de alças largas e anti-inflamatórios ou analgésicos contribui para o alívio da dor.

Abscesso mamário

Quando não tratada de forma correta, a mastite pode ter complicações, como o abscesso mamário (acúmulo de pus no interior dos tecidos). O tratamento definitivo consiste na drenagem do abscesso de forma cirúrgica, assim como na avaliação da necessidade de terapia com antibióticos.

Principais mitos sobre o aleitamento materno

Muitas pessoas não conhecem a importância do aleitamento materno devido a informações erradas e distorções de realidade sobre o assunto. Por esse motivo, esclarecemos alguns mitos sobre a amamentação. Acompanhe.

A criança deve mamar a cada duas ou três horas

Cada bebê tem seu próprio ritmo e necessidade de alimentação. É importante que a mãe ofereça o leite sempre que perceber que a criança está com fome. Alguns gestos que podem indicar que o bebê busca a mama são: encostar o nariz no seu peito; fazer movimentos da boca em busca do mamilo; fazer movimentos de sucção; colocar as mãos na boca e chorar.

É preciso revezar os dois seios para amamentar

Não é necessário que o bebê mame nas duas mamas em uma mesma mamada. O leite do início da mamada costuma ser mais aguado, contendo boa parte das proteínas e açúcares. No entanto, o leite vai se tornando mais rico em gordura à medida que a mamada progride.

Assim, a cada mamada é possível para a criança obter calorias necessárias para o crescimento. Desta forma, é importante que o bebê mame completamente o primeiro peito antes de oferecer o outro. 

Algumas mães produzem leite fraco

Este é um dos maiores mitos relacionados ao aleitamento materno. Nenhuma mãe produz leite mais forte que a outra. Afinal, cada mulher gera o leite adequado para as necessidades do seu bebê.

As fórmulas atuais são como o leite materno

Nenhuma substância artificial é comparada ao leite materno, por mais moderna que seja. Isso porque, no aleitamento é possível que o bebê obtenha anticorpos, enzimas, hormônios e células vivas que não existem em nenhuma fórmula no mercado.

Quanto mais líquido a mãe ingerir, mais leite terá

Essa informação também se trata de um mito. A mulher produz leite independente da quantidade de líquido que ingere. No entanto, quanto mais hidratada estiver, melhor a mulher se sentirá.

Casca de banana e mamão ajudam a cicatrizar feridas nas mamas

Não há comprovação nenhuma que a casca de banana e mamão possam atuar na cicatrização das mamas, diferente do próprio leite materno, que ajuda a melhorar fissuras que podem ser provocadas durante o aleitamento.

Usar prótese de silicone interfere na amamentação

Atualmente, as cirurgias para inserção de próteses de silicone na mama são feitas de modo a preservar a possibilidade de amamentação, diferente das cirurgias realizadas no passado, que prejudicam o aleitamento.

Existe uma alimentação específica que aumenta o leite materno

Não há uma alimentação específica que ajude na produção de leite para a mulher. Quanto mais se amamenta, mais leite se produz. Por isso, para aumentar a produção de leite, é importante que a mãe aumente a frequência das mamadas.

Canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite

Não existem evidências que comprovem essa afirmação. Como vimos anteriormente, o que aumenta a produção do leite é a própria amamentação. Contudo, a mulher lactante deve estar bem hidratada.

O leite materno precisa de reforço nutricional

Nenhum leite materno precisa de reforço nutricional. Sua composição fornece a água necessária para manter a criança hidratada. Mesmo em temperaturas elevadas, o leite está sempre fresco e em temperatura certa. Sua composição nutricional é balanceada para contribuir para o crescimento e desenvolvimento adequado da criança.

Não é possível armazenar o leite materno

O leite materno pode ser armazenado sim, desde que da forma correta, em um recipiente próprio, selado e esterilizado. O ideal é que o frasco não fique cheio por completo, e que a data da ordenha seja anotada.

Assim, o leite pode ser armazenado na geladeira por até 24h, ou mesmo congelado por até 2 semanas. Para ser descongelado, não é indicado o uso de microondas. A melhor forma é utilizando banho-maria, evitando alterações em sua composição.

No conteúdo de hoje você pôde entender a importância do aleitamento materno na vida da criança, assim como conferir os principais mitos que acabam prejudicando a livre demanda de leite materno para as crianças.

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